Black Friday o alerta para golpes nesta época que afetam empresários e consumidores.

A Black Friday está se aproximando e, com ela a temporada de maior faturamento para o e-commerce brasileiro. No entanto, esse pico de vendas atrai um risco gigantesco: o aumento na quantidade e sofisticação dos golpes digitais. Se a sua empresa não estiver protegida, a corrida por vendas pode se transformar em um desastre de segurança, com perdas financeiras e danos à reputação. 

O cenário de ameaças é vasto e vai além da infraestrutura. A recorrência de falhas críticas demonstra o crescente interesse dos cibercriminosos em explorar sistemas amplamente utilizados. Recentemente, mais de 250 lojas virtuais baseadas em Magento e Adobe Commerce foram comprometidas em menos de 24 horas. A falha, classificada como crítica (CVSS 9.1), permite a execução remota de código (RCE) e o controle total da loja e dos dados de clientes. Os invasores utilizam táticas como o Magecart, injetando códigos ocultos para roubar dados de pagamento durante o checkout. Outros golpes comuns incluem o sequestro de estoque, o Phishing direcionado tanto a clientes quanto a lojistas, a fraude de boleto, o Pix falso e o alicerçamento de colaboradores para obter acesso interno. Em muitos casos, o lojista só percebe o ataque quando clientes relatam problemas ou cobranças indevidas. 

Dados da Última Black Friday (2024) no Brasil:

1. Volume e Prejuízo das Tentativas de Fraude:

  • Prejuízo Potencial Alto: No período oficial da Black Friday (sexta até o domingo seguinte), foram registradas 23 mil tentativas de golpe. Se concretizadas, as compras falsas ultrapassariam R$ 36,6 milhões no total.
  • Ticket Médio em Crescimento: Apesar de uma queda de 14,5% no volume total de dinheiro envolvido em tentativas de golpe em relação a 2023, o ticket médio das fraudes aumentou 15%, chegando a R$ 1.592,89. Isso demonstra que os criminosos estão mirando valores maiores.
  • Tentativas Barradas: Outro levantamento mostrou que, até o meio-dia do sábado (pós-Black Friday 2024), houve 17,8 mil tentativas de fraude barradas, totalizando R$ 27,6 milhões em perdas potenciais evitadas.

2. Golpes em Alta no “Esquenta” e Tendências:

  • Aumento de Sites Falsos: No período que antecede a Black Friday (esquenta), o número de páginas fakes ativas foi três vezes maior em 2024 do que o monitorado no mesmo período de 2023.
  • Ataques em Marcas Famosas: Mais de mil sites fraudulentos se passavam por marcas famosas como Amazon, McDonald’s, Mercado Livre e Nike.
  • Crescimento da ‘Black Fraude’: As buscas online pelo termo “black fraude” cresceram 127% entre julho e setembro de 2025, indicando que os consumidores estão mais desconfiados e buscando ativamente se proteger.

O E-commerce como alvo estratégico na Black Friday 

Para o empresário, a Black Friday não é apenas uma corrida por vendas; é um rigoroso teste de estresse que expõe a fragilidade digital do negócio. É o momento em que a pressão sobre a infraestrutura digital e a logística atinge o máximo, e as tentativas de fraude no e-commerce aumentam consideravelmente. Esse cenário transforma o evento em um campo fértil para cibercriminosos, resultando em frustração para compradores reais e prejuízos diretos, como a perda de vendas e o temido chargeback (contestação de uma compra). 

Ameaças Críticas que o Lojista Enfrenta: 

  • Vulnerabilidades em Plataformas e Plugins: Falhas de segurança em plataformas Open Source (como Magento e WooCommerce) ou em plugins desatualizados criam portas de entrada fáceis para invasores. Essas brechas permitem que atacantes executem código remoto (RCE) e assumam o controle total da loja. 
  • Ataques de Magecart/Skimming (Web Skimming): Criminosos exploram essas vulnerabilidades para instalar backdoors permanentes e inserir códigos maliciosos na página de checkout. O objetivo é capturar dados de pagamento e informações pessoais de clientes em tempo real, transformando o site do lojista em uma máquina de clonagem de cartões. 
  • Ataques de Negação de Serviço (DDoS): Projetados para sobrecarregar os servidores do e-commerce, esses ataques tiram o site do ar no momento mais crucial, significando a perda direta de vendas e faturamento. Segundo dados, ataques de DDoS podem aumentar em até 70% durante grandes eventos como a Black Friday. 
  • Fraudes de Teste de Cartão (Carding): Ocorre quando um fraudador usa informações de cartões de crédito obtidas ilegalmente (na dark web) e faz pequenas compras para verificar se o cartão está ativo. Isso esgota o estoque de produtos em promoção e gera chargebacks, causando prejuízo financeiro direto ao lojista. 
  • Phishing e Aliciamento de Colaboradores: Campanhas de phishing tornam-se mais sofisticadas para roubar credenciais de administradores ou aliciar colaboradores internos, que são forçados a abrir mão de dados sigilosos ou dar acesso não autorizado aos sistemas. 

A Batalha da Segurança: Open Source vs. SaaS no E-commerce 

A escolha da plataforma de e-commerce é uma decisão estratégica que define diretamente o nível de controle, flexibilidade e, principalmente, a responsabilidade pela segurança do seu negócio. Não existe uma solução inerentemente mais segura; existem modelos com riscos e exigências de gestão diferentes. 

A crise recente no Magento (uma plataforma Open Source), onde uma falha crítica de Execução Remota de Código (RCE) comprometeu mais de 250 lojas em 24 horas, ilustra perfeitamente a importância de entender essa distinção. 

Análise: Open Source (Magento, WooCommerce) vs. SaaS (Nuvemshop, Shopify) 

Característica Plataforma Open Source (Ex: Magento, 
WooCommerce) 
Plataforma SaaS (Ex: Nuvemshop, Shopify) 
Transparência de Código Transparência total sobre o código. Pouca transparência sobre falhas, geralmente corrigidas silenciosamente pelo provedor. 
Responsabilidade pela Segurança Alta Responsabilidade do Lojista/TI. O lojista ou sua equipe é responsável por aplicar correções de segurança (patches), realizar backups, configurar firewalls (WAF) e fazer monitoramento. Infraestrutura Centralizada é Responsabilidade do Provedor. O provedor gerencia atualizações automáticas, SSL, PCI e backups. 
Risco Principal de Ataque Vulnerabilidades de Plataforma e Plugins. O maior risco é a negligência em atualizações, permitindo que falhas sejam exploradas. Vulnerabilidades de Configuração e Engenharia Social. Os principais riscos são o erro humano, phishing, credenciais fracas e falhas em integrações de terceiros. 
Flexibilidade e Personalização Flexibilidade total. Permite o uso de Cloudflare, WAF e backups externos personalizados. Pouca flexibilidade. Difícil aplicar proteções personalizadas, dependendo das ferramentas oferecidas pela plataforma. 

O Escudo Digital para seu E-commerce: 

O tempo de reação é mínimo durante o pico da Black Friday. A prevenção é o seu maior ativo. 

  • Gestão de Vulnerabilidades: Realize scans contínuos de vulnerabilidades na sua superfície de ataque. Na Contego nossa solução identifica e ajuda a corrigir brechas no código, em plugins e na infraestrutura antes que sejam exploradas. 
  • Pentest (Teste de Invasão): Não espere para ser atacado. Nosso Pentest de Aplicação Web simula um ataque de um invasor malicioso, e na segurança da aplicação para proteger dados sensíveis. 
  • Next-gen Firewall (NGFW): Uma barreira robusta que monitora e controla o tráfego da rede, bloqueando ataques de phishingmalware e tentativas de invasão, garantindo a estabilidade e o uso seguro da internet. 
  • Security Health Check: Nossa consultoria avalia se suas medidas de segurança são adequadas, com base em padrões como ISO 27001, para proteger suas informações confidenciais. 
  • Backup / Disaster Recovery: Proteja-se contra a perda de dados. Nossas soluções de Backup/DR garantem que, em caso de ataque de ransomware ou falha crítica, você possa restaurar todo o sistema rapidamente. 

O carrinho cheio só vira faturamento se houver confiança.

Para o consumidor: 5 Dicas para Evitar a Black Fraude 

Com o aumento da pressa e das ofertas “imperdíveis”, os golpes de Phishing e Engenharia Social se tornam mais sofisticados, imitando promoções reais e direcionando o consumidor a sites fraudulentos. 

Ninguém quer ter dados vazados ou cartões clonados! 

  1. Desconfie de ofertas milagrosas: Se o preço for bom demais, desconfie. Evite clicar em links de promoções recebidos por e-mail, SMS ou redes sociais, mesmo que pareçam vir de lojas conhecidas. Digite sempre o endereço no navegador ou acesse pelos canais oficiais. 
  1. Verifique a Confiabilidade do Site: Antes de comprar, procure o nome da loja no Reclame Aqui ou no Google junto com os termos “fraude” ou “reclamação”. Uma loja legítima deve ter o ícone de cadeado na barra de endereço (HTTPS) e informar o CNPJ no rodapé. 
  1. Use Senhas Fortes e Autenticação de Dois Fatores (2FA): Crie senhas exclusivas para suas contas de e-commerce e ative a Autenticação de Dois Fatores (2FA) sempre que possível. Isso cria uma barreira extra caso sua senha seja roubada em um ataque de phishing
  1. Atenção Redobrada a Pix e Boletos Falsos: Se pagar com Pix, confira se o nome e o CNPJ/CPF do destinatário exibidos correspondem à loja. Gere boletos e QR codes apenas no site oficial, pois golpistas costumam fraudar esses meios de pagamento. 
  1. Use Cartão Virtual: Para compras online, prefira usar cartões de crédito ou plataformas de pagamento reconhecidas. O cartão virtual é uma camada de segurança adicional, pois ele pode ser cancelado imediatamente após a compra, protegendo seu cartão físico em caso de violação de dados na loja. 

Medida Imediata: Se você caiu em um golpe, interrompa a transação imediatamente e entre em contato com seu banco. Em casos de Pix, use o Mecanismo Especial de Devolução (MED)

Proteja-se. A Contego Security é a sua base sólida para a cibersegurança.